Dor sem igual...

Foi há 16 anos...tinha 11...hoje faz, ou faria 27...

Rui Pedro é um...mais um no meio de muitos desaparecidos, e tornou-se o mais mediático caso de desaparecimento de uma criança em Portugal, anos antes do caso Maddie...

E parte desse mediatismo deve-se a uma mulher, a uma super mulher, Filomena, uma mulher coragem, uma mãe coragem, uma fortaleza marcada pelo sofrimento e pela dor, mas que 16 anos volvidos não se deixa derrubar e continua a fazer das palavras luta e esperança, as palavras de ordem da sua vida.

Não há...seguramente não há dor maior do que esta...a de não se saber de um filho...acredito piamente que é uma dor bem mais insuportável do que a da morte...a morte permite-nos fazer o luto, ter respostas, saber que o nosso filho está ali, junto d'Ele, que olha por nós...permite-nos despedir, e tentar viver...não ultrapassar, porque se há barreira que nunca se deve conseguir transpor é a da perda de um filho...mas permite-nos seguir em frente.

Mas não saber...perguntar e não ter resposta...manter uma chama de esperança acesa, fazer disso a luta diária o resto da nossa vida...continuar a fazer perguntas sem ter resposta, a procurar sem encontrar...isso mata mais que a própria morte...a dúvida e a incerteza matam uma mãe!!! Matam qualquer um!!!

Ter fé é acreditar naquilo que não vemos, que não sabemos se é verdade ou mentira...eu tenho fé que um dia esta mulher tenha o descanso e as respostas que merece...sejam elas quais forem...

Este vídeo já se tornou viral e dentro da tristeza faz-me feliz ver como o ser humano "perde" tempo não só para visualizar e partilhar brincadeiras e disparates...fico feliz em ver as partilhas entre os meus amigos de Facebook multiplicarem-se...um murro no estômago...para quem dá o que tem como certo...num segundo a vida muda e nada deixa de ter sentido...

Dificuldades...

Uma das maiores dificuldades de se ser mãe sozinha prende-se com a tomada de decisões...

Claro, há a questão da logística, da partilha, da divisão do tempo, da impossibilidade de proporcionarmos aos nossos filhos uma família dita normal, da figura paternal. Mas a tomada de decisões.....difícil como tudo!!!!

O que pode parecer estranho, vindo de mim. Nunca me deixei, nem deixo influenciar nas decisões que tomo, mas estranhamente gosto muito de recolher opiniões, de analisar e comparar pontos de vista mesmo que a minha decisão no fundo esteja tomada e não mude nada. Aliás em plena adolescência lembro-me que quando não sabia o que vestir pedia a opinião à minha mãe e quando ela escolhia alguma coisa por mim, era uma grande ajuda...era menos uma hipótese de escolha...eu nunca iria vestir aquilo que alguém escolhesse para mim.

A tomada de decisões a 2 é muito mais fácil, há 2 perspectivas, uma masculina com a simplicidade óbvia e uma feminina, com todas as "complicações" e dramas  inerentes. Há outra pessoa a quem responsabilizar quando algo corre mal. 

"Viste, eu é que tinha razão, da próxima vez decido eu!!!!" - ora aqui está uma frase que na melhor das hipóteses digo em frente ao espelho, para mim própria. 

Quando algo corre mal a culpa é minha, não tua, não dele, não nossa. Minha, só minha.

Por outro lado, é muito bom não depender de ninguém, saber que para o bem e para o mal a culpada sou só eu...e que felizmente as decisões que tenho tomado na vida têm tido sempre frutos e compensações mais do que positivas em relação à C e ao T.

Mas que é difícil ser sempre a má da fita quando tento explicar a uma criança de 9 anos que não pode ter Facebook nem telemóvel e ela argumenta que TODOS (o conceito de quantidade quando joga contra os pais é sempre numa unidade de medida superior à unidade de milhar) os pais dos colegas dela deixam!!!! Só eu...a única mãe extraterrestre...a ÚNICA que não deixa....aliás, nestas alturas a turma da minha filha parece que tem centenas de alunos e não 24 ou 25...tal é o rol de nomes que vai debitando para me convencer!!! A dois, esta "luta" era mais fácil....

Mas a "um" as conquistas têm outro sabor!!!

Sangue, suor e lágrimas...

Não sou nem nunca fui de ídolos mas faço meus os "amores" dos meus filhos...

Cá em casa Cristiano Ronaldo é nome quase sagrado para o T...e confesso que também eu o vejo como um ídolo.

Exemplo de força, de luta, de perseverança, de trabalho, conquista e glória...um homem dedicado a causas múltiplas,à família, a quem mais precisa...

Acima de tudo um nome português, na história, para a história e que mostra como somos grandes, mesmo sendo pequenos!!!

CR és grande, és o (um dos) nosso(s) orgulho(s)!!!

(todas as lágrimas são mais intensas e verdadeiras quando partilhadas com um filho)

(em momentos difíceis como o que este país atravessa é bom ver o reconhecimento a quem ajuda a colocar muitos sorrisos e alegria no rosto dos portugueses)

Amigão...

Há animais que são mais que animais, que passam pelas nossas vidas e deixam muito e fazem muita falta quando partem...

Que durante 10 anos nos deram muito mimo, que foram os melhores amigos dos meus filhos...

O Fredy era um desses...continua a ser...porque tem e terá sempre um lugar especial no meu coração.

Conquistou-me no 1º dia...voltou a conquistar-me no dia em que a C nasceu e ele montava guarda junto dela...ou a levava às gargalhadas quando corria e saltava ao lado dela...

Conquistou-me quando, para a C ir de férias significava ver o Fredy, quando acordava de manhã cedo para lhe dar de comer, quando lhe dava banho e passava os dias a tratar dele...um monstro com o dobro do peso dela...

Conquistou-me quando percebeu desde o dia em que a C e o T nasceram, a forma diferente de brincar e agir com cada um deles...enquanto obedecia à C e era um companheiro para ela, cheio de mimo, com o T saltava e corria e atirava-se para cima dele...à semelhança da personalidade de cada um deles...

Há animais que são mais que animais...são amigos...e sinto o coração apertado a pensar como um dia terei que dizer aos meus filhos que quando formos para o norte o Fredy já não estará lá...vai ser o desgosto da vida da C...

(a nossa estrelinha no céu)

Dia de festa...

Hoje foi dia de festa...de um 1º aniversario, do pequeno V...

E fez-me lembrar o quanto gosto de festas de aniversário de crianças..mesmo sendo muitas...confesso que não me canso...

Gosto da alegria dos aniversariantes, dos convidados....de ver amigos juntos...acho que me divirto quase tanto como as crianças...

Nestes momentos dou por mim a olhar em redor e ver como é bom estar entre amigos e ver os nossos filhos felizes com os seus amigos...e ver a amizade passar de geração em geração...

Não há nada melhor que ser amiga dos pais dos amigos dos meus filhos, ou melhor, do que eles serem amigos dos filhos dos meus amigos...

Hoje foi dia de ver uma nova família feliz, completa, a festejar aquilo que deu um novo sentido à sua vida...a festejar a viagem dos últimos 365 dias...e estou muito feliz por fazer parte das suas vidas...

Obrigada pelo dia de hoje asviagensdosvs